segunda-feira, 12 de setembro de 2011

VISUALIZAÇÃO E PERCEPÇÃO



Em nossa última aula ficamos intrigados sobre a definição de visualização e percepção espacial. A partir de então tentei buscar novas respostas além do já exposto por John J. Del Grande.
Encontrei um artigo que propunha o desenvolvimento da habilidade de visualização espacial através de sistemas estereoscópicos. Nesta proposta, segundo Montenegro (2003), as habilidades são o resultado de múltiplas combinações de idéias, pensamentos, dados, conhecimentos prévios e tarefas que um indivíduo é capaz de fazer e das informações úteis que este indivíduo obteve a partir dessas combinações. A habilidade ou inteligência espacial envolve pensar em imagens, bem como a capacidade de perceber, transformar e recriar diferentes aspectos do mundo visual e espacial. Nesse mesmo trabalho, Choi (2001) considera que as habilidades espaciais compreendem três categorias distintas: rotação mental, percepção espacial e visualização espacial. A rotação mental é a habilidade de manipular, rotacionar, torcer ou inverter objetos tridimensionais. O indivíduo deve ser capaz de visualizar e rotacionar mentalmente os objetos em posições diferentes. A percepção espacial refere-se à habilidade de determinar relacionamentos espaciais a partir de informações visuais. A visualização espacial consiste na manipulação de problemas visuais complexos imaginando os movimentos relativos das partes internas de uma imagem.
Também podemos encontrar em outro artigo algumas notas de reflexão sobre o poder da visualização no ensino e na aprendizagem de geometria. Nessa pesquisa, segundo Senechal (1991), a visualização em linguagem usual significa “percepção espacial” e dessa forma é a reconstrução mental da representação de objetos a três dimensões e “pensamento visual” é um termo mais lato e é o que fazemos quando reconhecemos rapidamente e manipulamos automaticamente símbolos de qualquer espécie. Para Mariotti (1995), a visualização traz à mente imagens de coisas visíveis e pensamento visual, o pensar sobre coisas abstratas que originalmente podem não ser espaciais, mas que podem ser representadas na mente de alguma forma espacial.
Assim, de acordo com as definições de visualização e percepção espacial encontradas no texto de Grande e nos artigos citados acima, podemos notar que é complicado separar os significados, pois existem similaridades em algumas concepções quanto a alguns aspectos − compartilham a mesma função, mas não é a mesma coisa. No entanto, ao considerarmos o real propósito da visualização e percepção espacial no contexto da geometria, essa variedade de concepções não traz prejuízo algum para esse tipo de abordagem.

Referências: SEABRA, Rodrigo Duarte. Proposta de Desenvolvimento da Habilidade de Visualização Espacial Através de Sistemas Estereoscópicos. Disponível em: http://rodrigoduarte.pcc.usp.br/artigos/egrafia_2004.pdf acesso em 12/09/11.
COSTA, Conceição. Visualização, veículo para a educação em geometria disponível em: http://www.spce.org.pt/sem/CC.pdf acesso em 12/09/11.










Um comentário:

  1. Muito rica a sua postagem Wivian. Podemos perceber que alguns autores distinguem visualização de percepção, enquanto outros tratam de forma indistinta ou como sinônimos. Por isso é tão importante explicitar o que estamos assumindo com alguns termos que parecem tão óbvios (e a partir de qual referencial), mas que quando precisamos explicar do que tratam, percebemos a dificuldade: realidade, contextualizado, concreto, percepção visual e espacial, visualização, experimentação... (só para citar alguns).

    ResponderExcluir