sábado, 17 de setembro de 2011

O HOMEM QUE CALCULAVA E A GEOMETRIA


Gostaria de trazer ao nosso blog um trecho do livro do Malba Tahan:
A Geometria, repito, existe por toda parte. No disco do sol, na folha da tamareira, no arco-íris, na borboleta, no diamante, na estrela-do-mar e até num pequenino grão de areia. Há, enfim, infinita variedade de formas geométricas espalhadas pela Natureza. Um corvo a voar lentamente pelo céu descreve, com a mancha negra de seu corpo, figuras admiráveis; o sangue que circula nas veias do camaleão não foge aos rigorosos princípios geométricos; a pedra que se atira no chacal importuno desenha, no ar, uma curva perfeita! A abelha constrói seus alvéolos com as formas de prismas hexagonais e adota essa forma geométrica, segundo penso, para obter a sua casa com a maior economia possível de material.
A Geometria existe, como já disse o filósofo, por toda parte. É preciso, porém, olhos para vê-la, inteligência para compreendê-la e alma para admirá-la.
A ótica do autor ao se tratar a Geometria com tamanha admiração me remete a uma contemplação da presença dos elementos geométricos pelo ele descrito, porém lucida alguns aspectos vivenciados nesta disciplina de Perspectivas para o ensino de geometria para o ensino básico.
O modelo de desenvolvimento do pensamento geométrico proposto por Van Hiele em seus níveis podem ser percebidos na citação no que se refere a visualização “ter olhos para vê-la”, análise-dedução “inteligência para compreender” e o rigor “não foge aos rigorosos princípios da geometria”.
Pensar o desenvolvimento do pensamento geométrico a partir de Van Hiele nos permite a assumir um posicionamento diante o ensino e aprendizagem do aluno, que por vezes se depara com conteúdos que perpassam seu nível de compreensão, conduzindo os conteúdos de geometria numa metodologia que garante possibilidade de abstração depois de ter visualizado.

Bibliografia:
TAHAN, Malba. O homem que calculava. 73ª ed. – Rio de Janeiro, RJ: Record, 2008.
LINDQUIST, M.; SHULTE, A. Aprendendo e Ensinando Geometria. São Paulo: Atual, 1994.

Um comentário:

  1. Interessante esse trecho que você trouxe da obra de Malba Tahan. Pensando neste fragmento do Homem que Calculava, como este material poderia ser trabalhado em sala de aula? Isso nos remete à possibilidade de se trabalhar leitura, interpretação e produção textual na disciplina de matemática.

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