terça-feira, 4 de outubro de 2011

Ensino de Geometria na Educação Inclusiva



De acordo com Declaração de Salamanca, que orienta sobre Princípios, Políticas e Práticas na Área das necessidades educativas especiais, “qualquer pessoa portadora de deficiência tem o direito de expressar seus desejos com relação à sua educação, tanto quanto estes possam ser realizados” e o “principio fundamental da escola inclusiva é o de que todas as crianças devem aprender juntas, sempre que possível, independentemente de quaisquer dificuldades ou diferenças que elas possam ter”.

E também segundo o PCN (1997, pág. 19) de matemática, o ensino de matemática “é componente importante na construção da cidadania, na medida em que a sociedade se utiliza, cada vez mais, de conhecimentos científicos e recursos tecnológicos, dos quais os cidadãos devem se apropriar”

Dentro dessas concepções, a matemática, vista como área de conhecimento, deve possibilitar o pleno desenvolvimento do sujeito para a cidadania, inclusive dos sujeitos portadores de necessidades especiais, para que estes possam desempenhar, efetivamente, seu papel enquanto agente ativo na sociedade.

Diante disso, surge o seguinte questionamento: Como ensinar Geometria a alunos com deficiência visual?

Segundo Vieira,


esses alunos necessitam vivenciar todo o universo que os cerca, pois as formas e imagens rodeiam permanentemente o homem e, esse aluno, mais do que outro qualquer deve ter a oportunidade de integrar-se ao “mundo” dos objetos, a fim de capacitar-se para fazer associações, transferências, adquirindo mecanismos interpretactivos e formadores de conceitos e imagens mentais.

Nessa perspectiva, o professor de matemática, durante as aulas de geometria, tem um importante papel a desempenhar na formação do aluno ao abordar uma educação para o exercício da cidadania e numa perspectiva de inclusão. Cabe a ele proporcionar:

Para o deficiente visual a utilização de materiais concretos se torna imprescindível, haja vista que tem no concreto, no palpável, seu ponto de apoio para as abstrações. Ele tem no tato seu sentido mais precioso, pois é através da exploração tátil que lhe chega a maior parte das informações. É através dela que ele tem a possibilidade de discernir objetos e formar idéias. As mãos, dessa forma, têm um papel fundamental, pois são elas que vão suprir, de certa maneira, a “inutilidade” dos olhos. (VIEIRA)

Diante o posto, fica evidente a importância de ser abordado, durante a formação inicial e continuada do professor de matemática, uma preparação para atuação na educação inclusiva.


Referências

BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: matemática, Secretaria de Educação Fundamental-MEC/SEF. Brasília, 1997.

____, Declaração de Salamanca, 1994, http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf

VIEIRA, S. S.; SILVA, F. H. S. A Matemática e a Geometria na esucação inclusiva dos deficientes visuais. http://www.sbem.com.br/files/ix_enem/Comunicacao_Cientifica/Trabalhos/CC77320220253T.doc


segunda-feira, 3 de outubro de 2011

O que diferencia visualização de percepção espacial?

No último encontro da disciplina “Perspectivas para o ensino de geometria na educação básica” ainda surgiram novos questionamentos polêmicos (acredito que não serão os últimos) e um deles foi sobre a diferença entre visualização e percepção espacial. Alguns teóricos como Fischbein e os Van Hiele compartilham da idéia de que a visualização enquanto observação de formas geométricas é a descrição e a comparação dessas formas em um espaço, evidenciando suas semelhanças e diferenças possibilitando assim a construção da imagem mental bem como pensar no objeto geométrico na sua ausência com destaque às suas características conceituais e figurais.

No que diz respeito à percepção espacial de acordo com Del Grande é constituída de experiências advindas do meio em que o indivíduo está inserido através da interação com o mesmo. Além disso Grande se baseia em dois teóricos Frostig e Horne que enumeram sete aptidões a partir de atividades que explicitam momentos específicos em que o indivíduo desenvolve sua percepção espacial que tem como pré requisito a formalização da vizualização.

Contextualização de novo?

Durante nossas aulas tivemos a discussão o que vem a ser contextualização.
Gostaria de começar pelo que temos no PCN (2000, p.43)
“ O critério central é o da contextualização e da interdisciplinaridade, ou seja, é o potencial de um tema permitir conexões entre diversos conceitos matemáticos e entre diferentes formas de pensamento matemático, ou, ainda a relevância cultural do tema, tanto no que diz respeito às suas aplicações dentro ou fora da Matemática, como à sua importância histórica no desenvolvimento da própria ciência”
Neste texto a contextualização passa a ser assumida “como um eixo organizador do chamado novo ensino médio.”, conforme Barbosa (2004, p. 2). Na leitura do artigo de Barbosa(2004) fica evidenciado que quando falamos em contextualização fica a compreensão de que a matemática é construída em um mundo exterior e temos a necessidade de fazermos relações com situação do dia-a-dia ou outras ciências. Lannes (2003) citador por Barbosa(2004) diz que a matemática é produzida e legitimada por uma comunidade matemática, esta por sua vez possui padrões para validar ou não.
Dessa forma, Barbosa(2004, p.2) argumenta que a matemática é constituída em um contexto, pela qual, suas afirmações se mantêm e se ajustam.
O autor defende, que o termo contextualização vem sendo utilizado de forma indevida, compreendendo que a matemática ensinada possuí um contexto, por isso não é necessário reivindicar o ensino de matemática contextualizado. Barbosa(2004) levanta outras questões: Qual é o contexto? Quais contextos desejamos?
Skovsmose(2000) apresenta três contexto em que a matemática é apresenta nas escolas:
• Matemática pura
• Semi-realidade
• Realidade
Nessa separação de Skovsmose(2000) fica mais questionamentos o que realidade em matemática pois, a matemática também é considerada realidade.
Fica aqui mais algumas considerações de alguns autores, para refletirmos o que vamos considerar como contextualização e também saber nos posicionar frente aos modismo.

Referências:
BARBOSA, J. C. A “contextualização” e a Modelagem na educação matemática do ensino médio. In: Encontro Nacional de Educação Matemática, 8., 2004, Recife. Anais. Recife: SBEM, 2004 CD-ROM.
SKOVSMOSE, O. Cenários de investigação. Bolema – Boletim de Educação Matemática, Rio Claro, n.14, p. 66-91, 2000.
BRASIL. Ministério da Educação, Secretária de Educação Média e Tecnológica. PCN+: ensino médio. Orientação educacionais complementares ao Parâmetros curriculares Nacionais para o ensino médio. Brasília: Ministério da Educação. 2002.

Geometria como ensinar?

‘A educação não precisa de reforma, mas de uma revolução. A educação do futuro precisa formar pensadores, empreendedores, sonhadores, líderes não apenas do mundo em que estamos, mas do mundo que somos’. (CURY pg. 153:2003).
Diante das mudanças sociais e tecnológicas verificadas recentemente, a escola precisa transformar o processo ensino-aprendizagem, visando atender às novas demandas que lhe são apresentadas. As transformações no mundo são muitas, de forma que o trabalho dos professores também deve evoluir, até porque o papel desses profissionais já corresponde àquele desempenho no passado. Atualmente, vivemos em uma sociedade na qual a informação se dissemina com uma grande velocidade por meio, por exemplo, de jornais resistas, televisão e Internet, (conhecimento da chamada cibercultura), exigindo do professor uma capacidade de adaptação permanente às novas transformações sócias.
As mudanças na escola são necessárias e devem ser acompanhadas para que se saiba o rumo que estão tomando e os impactos que podem apresentar sobre a aprendizagem dos alunos.
A realidade da escola também nem sempre é favorável para a mudança no avanço da tecnologia, pois existem escolas públicas que não oferecem nem mesmo quadro negro e giz.
A diferença social ainda é uma realidade que afeta toda a sociedade brasileira e até mesmo mundial.
O professor por sua vez deve ser preparado não só para a mudança é acompanhar a evolução tecnológica, mas para trabalhar com a situação precária em que se encontra o sistema de educacional brasileiro.
A escola deve desempenhar sua função social, ela precisa desenvolver o seu trabalho de forma que sejam eliminados as diferenças sociais, o preconceito e todas as formas de exclusão, independente de ser uma escola informatizada ou não, uma escola bem estruturada fisicamente ou não. O sistema de ensino, o professor deve investir no desenvolvimento pleno do aluno e na sua formação cidadã, crítica e atuante são algumas das grandes mudanças que desejamos que ocorram na educação no Brasil.
O professor deve ser preparado para usar a criatividade, ser inovador e trabalhar com muito amor. Assim o processo de ensino-aprendizagem com certeza terá um maior êxito.
No processo de ensino aprendizagem de geometria, por exemplo, a nova tecnologia contou com muitos softwares bons para trabalhar. Porém, ainda temos recursos tecnólogos para usar esses softwares. Portanto, os profissionais de educação ficam limitados a poucos recursos.
Mas, com criatividade a geometria pode ser ensinado com variedade e usado recurso que temos acesso no dia a dia. Na natureza, por exemplo, temos várias coisas que representar figuras o formas.
Segundo Cavalcante (2006) nos favos de mel observaram formas que lembram os hexágonos, unindo as pontas da estrela-do-mar, obtemos pentágono, no casco, nas nadadeiras e até na cabeça dessa tartaruga marinha existem várias figuras que lembram polígonos, no abacaxi, se contornarmos as Saliências de sua casca, é possível encontramos formas semelhantes a polígonos.
Outros recursos usados são alguns objetos, objetos esses que forma mostrados na última aula de disciplina perspectivas para o ensino de Geometria na educação básica todos os trabalhos apresentados demostrou que não precisa de muito material, ou tecnologia para ensinar os conceitos geométricos e as propriedades de cada figura forma geométrica. Foram feitos trabalhos muitos interessantes e com certeza novas ideias foram sugeridas para nos usarmos na nossa prática diária.


Referências:
CALVALCANTE, Luiz G., SOSSO, Juliana,VIEIRA, Fábio, POLI, Ednéia. Para saber Matemática – 5ª série, Saraiva S.A.- Liveiros,São, 2006

CURY, Augusto Jorge, Pais Brilhantes, Professores Fascinantes, Rio Janeiro: Sextante, 2003.

Formação de Professores para o ensino da Geometria


Dentre muitas abordagens relevantes para o ensino de Geometria que tivemos nesta disciplina, uma insiste em ser pontual para que efetivamente a formação inicial dos alunos seja eficaz, é o ensino de matemática na 1º fase do Ensino Fundamental onde os professores não têm uma formação específica em matemática.
A revista Nova Escola traz em suas páginas uma séria discussão para o ensino de matemática onde o estudioso do Instituto de Educação em Matemática da Universidade da Georgia  Jeremy Kilpatric onde ele afirma que “para melhorar o quadro, não é necessário mais investir em recursos, mas aprimorar os programas de formação” e dessa forma percebo que este é um caminho acertado a seguir, a exemplo do que acontece na Rede de Ensino Municipal de Goiânia como já citado por várias vezes em nossas plenárias onde se tem uma formação continuada para seus professores que atuam nesta fase do conhecimento.
O modelo Van Hiele para esse momento da aprendizagem perpassa ao menos os três primeiros níveis: visualização, análise e dedução informal e pensando na modelagem matemática vejo a necessidade de trazer essa reflexão de fases do pensamento geométrico concomitante a fase de aprendizagem do Ensino Fundamental.
Portanto, insisto que devemos trilhar o caminho do saber mais sobre o ensino de matemática para que possamos contribuir positivamente com a inversão desse cenário, especializar em Educação Matemática nos compromete a agregar a nossa prática competências básicas na disseminação de uma Educação Matemática de maneira estrutural.
Segue um link de uma coletânea da Revista Nova Escola http://revistaescola.abril.com.br/geometria/ elencando uma longa discussão do Ensino de Geometria fazendo votos que não seja o suficiente e que seja propositivo na busca de uma ampliação do “saber geométrico”.

Fonte:
LINDQUIST, M. M. ; SHULTE, A. P. Aprendendo e ensinando geometria. Ed. Atual.

A Perspectiva da Matemática.

Ainda que o método geométrico de construção só tenha sido desenvolvido plenamente na época do renascimento, o ser humano sempre utilizou os suportes artísticos como meio de expressão. Os gregos possuíam alguma noção do fenômeno perspectivo e suas pinturas produziam uma razoável ilusão de profundidade, recorrendo ao uso de linhas inclinadas, redução do tamanho das figuras em segundo plano e jogos de claros e escuros.
Grande parte desse conhecimento teórico se perdeu no período medieval. Nessa época, utilizavam a sobreposição de imagens para representar as distâncias e os objetos e personagens
possuíam uma escala, de acordo com seu valor espiritual ou temático.Somente, em meados do século XV (no período da história do Renascimento conhecido como Quatrocento), a perspectiva foi profundamente estudada. A resposta veio pela aplicação de conhecimentos de geometria e álgebra. Ao pensarmos em matemática, muitas vezes a dissociamos de outras ciências que não estejam intimamente ligadas às áreas das ciências exatas, mas a construção correta, em perspectiva, surgiu dos estudos matemáticos e trouxe uma nova maneira de representar a realidade, desta vez com maior precisão e de surpreendente nível qualitativo.
A matemática foi utilizada para representar, de forma fidedigna, objetos tridimensionais. O arquiteto Filippo Brunelleschi desenvolveu uma demonstração da perspectiva por meio de um dispositivo óptico, representando, em escala,os objetos e mantendo a proporção entre seu tamanho real.Pouco tempo depois, quase todos os artistas florentinos utilizaram-se da perspectiva geométrica em suas pinturas,para retratar uma cena única de forma coerente. Muitos empregavam o recurso de pisos em xadrez, apesar de esses pisos serem historicamente incoerentes. Essa marcação, que se tornou recorrente na arte do Quatrocento, obedecia a
regras geométricas e ajudavam o artista a posicionar os objetos no espaço, passando a ser um novo método compositivo.

REFERÊNCIA:www.tvescola.com.br

Reflexão sobre os posts...

        Analisando os posts já feitos desde a abertura do blog até ontem percebe-se a relevância de analisar a cerca do conteúdo dos mesmos. Escrever não é algo fácil... Não é pra qualquer um! Mas todos os "especializandos" mostraram competência no desenvolvimento da disciplina para se posicionarem e refletirem a respeito da disciplina e tópicos abordados durante ela.
        Os primeiros posts forma um pouco tímidos e até mesmo repetitivos, mas cada autor expressou sua opinião de forma clara e demonstrou a aquisição da criticidade, indispensável a qualquer estudante de pós-graduação. Entretanto, a fundamentação teórica dos posts ainda era um pouco pobre... As citações eram raras e o que mais prevalecia era a opinião dos autores baseada nas discussões da aula.
    A medida que as semanas foram passando essa realidade foi se transformando. Alguns autores passaram a incorporar citações dos textos abordados nas aulas e até mesmo outras fontes teóricas. Também, os argumentos (consequência das referências teóricas) foram se tornando mais fortes. Isso revela a autonomia de todos em geral e a capacidade de articular vários autores culminando na construção de um argumento sólido, livre do senso comum.
         Portanto, percebemos que o blog foi um importante instrumento didático apesar de ocupar nosso tempo e deixar vários "especializandos" intrigados! O blog permitiu-nos expressar nossas opiniões e desenvolvermos nossa escrita de forma crítica e fundamentada. Além disso a reflexão favoreceu para melhor aquisição dos conceitos discutidos em sala de aula e esclarecimento de algumas definições em aberto. Assim se finda a disciplina... deixando suas marcas em cada um!

(...)






"Aiaiai... o tempo tah acabando e eu jah tô desde ontem com a Internet da minha prima emprestada tentando bloggar alguma coisa e nada sai.. Totalmente sem inspiração!!" ("_)

domingo, 2 de outubro de 2011

Uma reflexão sobre o desenvolvimento da disciplina: Perspectivas para o ensino de geometria na educação básica.

Durante o desenvolvimento da disciplina: Perspectivas para o ensino de geometria na educação básica, estudamos um pouco sobre a história do conhecimento geométrico, o uso recursos didáticos e estratégias de ensino que podem auxiliar e facilitar o processo de ensino aprendizagem de geometria.
Compreendemos que os primeiros conhecimentos geométricos foram elaborados a partir da necessidade do homem de entender o meio que encontrava. Além disso, os conhecimentos geométricos tiveram contribuições não só dos gregos, egípcios e babilônicos, mas também de outros povos, os chineses por exemplo.
Discutimos também o uso dos recursos didáticos e suas potencialidades durante o ensino e aprendizagem da matemática. De acordo com Bezerra (1962 apud Lorenzato 2006), os materiais didáticos apresentam como principais funções: auxiliar o professor a tornar o ensino da matemática mais atraente, acabar com o medo da matemática devido à dificuldade de seu ensino e interessar um maior número de alunos por esse conteúdo.
Além disso, vislumbramos a importância de se considerar os níveis de pensamento geométrico de cada aluno, de acordo com o modelo dos Van Hiele. Segundo Lorenzato (1995, apud Hamazaki 2004), no nível inicial (visualização), os alunos avaliam as figuras apenas pela sua aparência, já no nível seguinte (análise) eles conseguem perceber características das figuras e descrever algumas propriedades delas. No outro nível (ordenação), as propriedades das figuras são ordenadas logicamente. E nos dois níveis subsequentes estão aqueles que estabelecem demonstrações e que comparam sistemas axiomáticos.
Em geral, a disciplina foi bastante abrangente e interessante. Conseguiu abarcar um pouco da história, dos recursos didáticos, propostas e metodologias que podem auxiliar o processo de ensino-aprendizagem dos conhecimentos geométricos.
Contudo, percebe-se a necessidade de sempre buscar novas estratégias didáticas, para propiciar uma aprendizagem significativa da geometria, promovendo o desenvolvimento cognitivo do aluno, propiciando ao mesmo uma melhor compreensão e atuação do meio em que ele vive.

Referências Bibliográficas:

HAMAZAKI, Adriana Clara. O ensino da geometria sob a ótica dos van hiele. VII Encontro Nacional de Educação Matemática, 15 a 18 de julho de 2004. Disponível em: http://www.sbem.com.br/files/viii/pdf/07/2PO13912905851.pdf. Acessado em 01/10/2011.

LORENZATO, Sérgio (Org). O laboratório de ensino de matemática na formação de professor. Campinas, SP: Autores associados, 2006.

A Tecnologia e a visualização

Dentre as questões discutidas nas aulas de Perspectivas para o Ensino de Geometria, a Tecnologia,como ferramenta no processo de ensino/aprendizagem , parece se mostrar eficaz ao permitir à clássica Geometria Euclidiana certo dinamismo e interatividade. No entanto parece haver uma barreira entre os softwares para o ensino de Geometria e os professores da educação básica, talvez pela falta de (in)formação. Penso que na formação do Professor de Matemática deveriam ser disponibilizadas disciplinas que permitissem explorar as relações matemáticas em ambientes virtuais. Está previsto na orientação curricular para o ensino médio:

“Não se pode negar o impacto provocado pela tecnologia de informação e comunicação na configuração da sociedade atual. Por um lado, tem-se a inserção dessa tecnologia no dia-a-dia da sociedade, a exigir indivíduos com capacitação para bem usá-la; por outro lado, tem-se nessa mesma tecnologia um recurso que pode subsidiar o processo de aprendizagem da Matemática. É importante contemplar uma formação escolar nesses dois sentidos, ou seja, a Matemática como ferramenta para entender a tecnologia, e a tecnologia como ferramenta para entender da Matemática”.

No intuito de entender as benéces da Tecnologia para o ensino da Geometria, e como desenvolver um conteúdo específico pautado na intencionalidade justificada, ou seja, compreendendo “o que ensinar”, “porque ensinar” e “como ensinar”, busquei informações que corroborassem para o uso de um software específico, o Geogebra. Porque o Geogebra? Pelo fato de ser um software gratuito, como um menu acessível e de manuseio, ao meu ver relativamente simples.

Retomando a visualização, tão fortemente discutida em sala, e relacionando-a com o uso do software, é perceptível que este pode colaborar para elevar aquela a uma outra dimensão: “a tecnologia digital coloca à nossa disposição diferentes ferramentas interativas que descortinam na tela do computador objetos dinâmicos e manipuláveis “ (GRAVINA).

O Geogebra nos permite construir figuras geométricas planas de duas formas: a mão livre e a partir das propriedades definidoras de uma figuras específica. Na segunda possibilidade pode-se visualizar, por meio do manuseio, a figura preservando suas propriedades geométricas mesmo sendo deslocada aumentada ou diminuida (GRAVINA) e talvez este fato corrobore para o entendimento de relações que às vezes não são óbvias.

Penso que aliar o software ao uso de régua e compasso poderia elevar a capacidade de visualização das propriedades e permitir uma maior democratização dos conteúdos de geometria, tornando figuras estéreis em possibilidades para “ampliar o entendimento das argumentações dedutivas” (GRAVINA).

A formação continuada é talvez o caminho natural que devemos trilhar em busca de formação e informação sobre nossa atuação em sala, a fim de não cairmos no abismo da ignorância e da rotina que nos sufoca.

Recomendo aos colegas acessarem o livro desenvolvido no curso de Especialização em Matemática : Mídias Digitais e Didática para Educação Básica, que traz sugestões de atividades a serem desenvolvidas no Geogebra.

Bibliografia:

Gravina, Maria Alice – Búrigo Elisabete Zardo - Basso Marcus Vinicius de Azevedo Garcia, Vera Vanzetto - Curso de Especialização em Matemática, Mídias Digitais e Didática para Educação Básica Matemática, Mídias Digitais e Didática - tripé para formação de professores de Matemática. 2009

ORIENTAÇÕES CURRICULARES PARA O ENSINO MÉDIO,Ciências da Natureza,Matemática e suas Tecnologiashttp://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/book_volume_02_internet.pdf

Acesso em 30/09/2011

sábado, 1 de outubro de 2011

Algumas considerações sobre a disciplina.

Bom, gostaria de iniciar esta postagem dizendo um pouco de como foi a experiência dessa disciplina para mim. De todas as disciplinas até agora essa, em minha opinião, chegou mais perto do que se propunha. A professora soube mesclar a tão sonhada teoria e prática. Todos nós, ou pelo menos a maioria, já tinha estudado ou ouvido falar sobre o modelo de Van Hiele, mas, acredito que nas aulas de “Perspectivas para o Ensino de Geometria na Educação Básica” pudemos colocar em prática na elaboração de uma aula e isso colaborou para uma melhor compreensão do método. E as discussões na disciplina também foram de grande valia para nosso processo de ensino-aprendizagem, ou seja, aprendemos muito não apenas como alunos da graduação, mas também como professores, na nossa pratica com nossos alunos.

O trabalho final também foi muito rico tanto pelas pesquisas realizadas para a elaboração quanto pelas contribuições tanto da professora quanto dos colegas. Com sugestões tanto da escrita como da própria idéia da atividade desenvolvida, indicando leituras e mudanças a fim de melhorar o desenvolvimento em sala de aula.

Embora a dificuldade para postar, considero os “posts” bastante interessantes e de grande importância, pois deveríamos que ler: o que os colegas postavam, os textos indicados pela professora e os que confirmavam o que pretendíamos postar. Ou seja, era uma árdua tarefa que, infelizmente, nem sempre tínhamos como desenvolver com a desenvoltura desejada.

Quantas e quantas vezes pensamos em desistir (eu pelo menos pensei inúmeras vezes)? Achamos que não daríamos conta de todas as coisas solicitadas pelas professoras? No entanto, colegas, prosseguimos e continuamos tentando. E acredito que todos nós demos o melhor que podíamos. Por isso parabenizo a todos que não desistiram no caminho e que juntam suas forças para seguir com as próximas disciplinas.

Contextualização!

O que é contextualização? Essa foi uma grande inquietação gerada pelas discussões na disciplina de “perspectivas para o Ensino de Geometria na Educação Básica”. E foi uma das perguntas sugeridas para as postagens. Gostaria de iniciar dizendo que existem várias definições sobre o tema e optei por apresentar apenas alguns. Segundo Pais (2001, p. 28) “ A educação escolar deve se iniciar pela vivência do aluno, mas isso não significa que ela deva ser reduzida ao saber cotidiano.”

O texto fala sobre a importância da experiência da criança para a compreensão das relações geométricas e do espaço “por meio da construção de um modelo teórico caracterizado por conceitos, definições, teoremas e proposições. As situações de aprendizagem contextualizada, segundo esses autores, possibilitam uma “recontextualização” para níveis mais complexos, em que a criança torna-se cada vez mais autônoma.

Defendem, ainda, a importância de proporcionar experiências em espaços diferenciados, “a partir dos quais o aluno possa estabelecer diferentes relações.”

Nas situações do cotidiano escolar, considerando que a geometria pode ser trabalhada a partir de atividades de exploração do espaço (transformar e relacionar, manipular objetos, imaginar e antecipar ações), é necessário romper com a perspectiva linear geralmente encontrada no ensino da matemática. (Aramarilha, 2008 p. 9)

Dessa forma, propõem o uso de histórias como ferramenta de trabalho com forma e noções de espaço, estimulando o dialogo, a argumentação, a busca por estratégias para resolução de problemas por meio de desenhos. Sugere também o trabalho com jogos de construção para representações tridimensionais, areia, pedras, toquinhos de madeira, caixas de diferentes tamanhos para o ensino das propriedades de volume.

Recomendam o uso do entorno da escola para incentivar a pesquisa sobre localização e caminhos, pontos de referencia. As brincadeiras, segundo os autores, permitem as crianças um rico contexto, ressaltando que valorização do conhecimento que se manifesta no cotidiano tem sido defendida nos discursos pedagógicos da atualidade, porém faz-se necessário que a instituição escolar

garanta o saber escolar (p.8).”

Não se pode esperar que as crianças estabeleçam relações com algo que não conhecem. Mas não é somente o que faz parte do cotidiano que pode ser interessante .A contextualização pode ocorrer por meio de atividades nas quais possam ser estabelecidas as conexões com o que já sabem ou por meio de desafios que as levem a buscar estratégias pessoais para resolver uma situação-problema. (AMARILHA, 2008 P. 12)

Com isso, deixo aos colegas esse "conceito" de contextualização que está bem próximo do que discutimos em sala de aula. Não sei se essa é a melhor ou a mais completa mas é uma forma de responder a algumas das inquietações sobre o tema. Sugiro que quem tiver interesse leia também o texto “O USO DE CONTEXTOS NO ENSINO DE GEOMETRIA” de Dineusa Jesus dos Santos Fontes, Maurício de Moraes Fontes, Miriam de Morais Fontes. Que dá uma outra visão sobre a contextualização e pode possibilitar outras discussões.

REFERENCIAS

AMARILHA, Luziette Aparecida da Silva. PAIS, Luiz Carlos. A Contextualização como Possibilidade para o Estudo da Geometria nos Anos Iniciais da Educação Básica. Disponível em: http://www2.rc.unesp.br/eventos/matematica/ebrapem2008/upload/50-1-A-Microsoft%20Word%20-%20GT%2011_amarilha_ta.pdf.pdf acesso: 01/10/2011.

PAIS, Luiz Carlos. Didática da matemática: uma análise da influência francesa. Belo Horizonte: Autêntica, 2001.