sexta-feira, 30 de setembro de 2011

O modelo van Hiele... de novo

Bom, com o intuito de responder algumas perguntas que a professora Rafaela fez na minha última postagem, cá estou eu, postando novamente.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais propõem para o ensino da geometria:

Os conceitos geométricos constituem parte importante do currículo de Matemática no ensino fundamental, porque, por meio deles, o aluno desenvolve um tipo especial de pensamento que lhe permite compreender, descrever e representar, de forma organizada, o mundo em que vive. (PCN, 1997, p. 39)

Entretanto, diversos fatores contribuem para que esse objetivo não seja concretizado. Tais fatores contribuíram também para que o modelo van Hiele não tivesse o mesmo sucesso no Brasil que teve no cenário internacional, a saber:

1. O freqüente esquecimento dos conhecimentos geométricos em detrimento dos conhecimentos algébricos e aritméticos, em determinados períodos da história brasileira – principalmente após o movimento da Matemática Moderna no Brasil, onde a Álgebra e a Aritmética foram mais enfatizados;

2. Os conhecimentos geométricos serem normalmente abordados somente ao final dos livros didáticos da disciplina de matemática;

3. A falta de preparo do professor de matemática no campo da geometria – esse fator têm suas raízes devido aos fatores 2 e 3, ou seja, se o professor não estudou, não estará apto a ensinar de maneira a oportunizar um aprendizado efetivo;

4. O modelo van Hiele ganhou atenção internacional, especialmente, a partir dos anos 1980, quando os textos principais do casal van Hiele, passaram a ser traduzidos para o inglês. Nesta época o Brasil atravessava o final do período da Ditadura Militar. Período este, de poucas produções acadêmicas e artísticas, além do fechamento do país para a divulgação de produções internacionais.

A partir da década de 1990, um professor japonês, Masami Isoda (do Institute of Education University os Tsukuba) passou a incorporar simulações computacionais ao modelo van Hiele, com o objetivo aperfeiçoar o ensino e a aprendizagem dos alunos em sala de aula, a partir do modelo holandês. Isoda (1996) diz que, os níveis de raciocínio de van Hiele, indicam que o desenvolvimento do estudante se assemelha com o processo de assimilação e acomodação da teoria de Jean Piaget.

O ensino de Geometria no Brasil permanece no nível inicial, onde os alunos julgam que o quadrado não é retângulo só porque possuem aparências diferentes (Lorenzato, 1995).

Referências:

http://www.sbem.com.br/files/viii/pdf/07/2PO13912905851.pdf

HAMAZAKI, Adriana Clara. O ensino da geometria sob a ótica dos van Hiele. Anais do VIII ENEM – Pôster. Guarulhos, São Paulo.

Um comentário:

  1. Luis, agora sim você trouxe elementos novos, e diga-se de passagem, bem interessantes.

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