Para justificar a necessidade de se ter a geometria na escola, o argumento de que sem estudar geometria as pessoas não desenvolvem o pensamento geométrico e/ou o raciocínio visual e, sem essa habilidade, elas dificilmente conseguiram resolver as situações que forem geometrizadas e também não poderão se utilizar para compreensão e resolução de questões de outras áreas do conhecimento, parecem bastante adequado. Segundo Lorenzato (1995, p. 5) “sem conhecer a geometria a leitura interpretativa do mundo torna-se incompleta, a comunicação das idéias fica reduzida e a visão da matemática torna-se distorcida”. (Lorenzato 1995 apud MANRIQUE s/d p.1)
Considerando a importância do ensino de geometria abre-se espaço para a discussão de como ensiná-la de maneira mais dinâmica e significativa. Existem vários estudos sobre metodologias de ensino dessa disciplina destacando-se o uso de jogos e de materiais manipuláveis. Observa-se um cuidado especial na utilização desses recursos ressaltando a habilidade do professor, as características da turma e os objetivos de uma atividade desse tipo.
A finalidade do uso de recurso didático deve ser de facilitadora na relação entre professor, aluno e o conteúdo a ser trabalhado. Ao utilizar um recurso didático o professor deve ter bem definido a intencionalidade de sua aula e planejar a sua aula prevendo algumas reações dos alunos que podem influenciar o andamento da atividade.
A proposta de trabalhar conceitos geométricos a partir do uso de dobraduras, origamis, maquetes, jogos, software e situações problemas fazendo com que os alunos busque diferentes formas de resolver uma situação, elabore conjecturas, teste-as, busque processos resolução e use a argumentação para tentar convencer os colegas (troca de experiências) é de grande importância para o processo de ensino .
Por intermédio do uso das dobraduras de papel, favorece a visualização, facilitando a associação entre conteúdos abstratos e problemáticas cotidianas, uma vez que o aluno cria estratégias para a construção das figuras.
Com base na construção de maquetes pode-se visualizar as diferentes formas geométricas presentes na construção civil, promovendo uma maior aproximação com as figuras espaciais bem como o entendimento de muitos conteúdos e fórmulas geométricas.
Os jogos matemáticos são alternativas para o desenvolvimento do raciocínio lógico, convívio em sala de aula, capacidade de interpretação e respeito a regras. Além disso, os jogos transformam o ensino aprendizagem de matemática em uma atividade prazerosa e atrativa aos alunos.
Já o uso de tecnologias para ensino de geometria, destaca-se aqui os softwares geogebra, Wingeom, Cabri-Géomètre e Régua e Compasso que, entre outras possibilidades, aprimoram a linguagem visual, instigam a investigação de propriedades matemáticas.
Através da utilização destes, e de vários outros existente, recursos didáticos pode-se trabalhar formas geométricas, figuras planas e espaciais, volumes, semelhanças e vários outros. Além da possibilidade de o próprio professor elaborar o material a ser utilizado em suas aulas, sempre buscando melhorar o processo de ensino aprendizagem. Mas o professor deve ter em mente que nenhum desses recursos por si só resolve as dificuldades dos alunos, eles são apenas uma tentativa de melhorar a aula e a relação professor aluno.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
GRANDO, Regina Célia; NACARATO, Adair Mendes; GONÇALVES, Luci Mara Gotardo. Compartilhando saberes em geometria: Investigando e aprendendo com nossos alunos. Disponível em:
MANRIQUE, Ana Lúcia. A afetividade manifestada por professores participantes de um processo de formação em geometria. Disponível em:
PAIS, Luiz Carlos. Uma análise do significado da utilização de recursos didáticos no ensino da geometria. Disponível em:
RICHIT, Adriana; TOMKELSKI, Mauri Luís; RICHIT, Andriceli. Software wingeom e geometria espacial: Explorando conceitos e propriedades. Disponivel em: < http://www.limc.ufrj.br/htem4/papers/26.pdf> Acesso: 09/09/2011.
NETO, Hermínio Borges. CONSTRUINDO CONCEITOS MATEMÁTICOS COM O CABRI-GÉOMÈTRE. Disponível em: < http://www.multimeios.ufc.br/arquivos/pc/pre-print/cabri.pdf> Acesso:09/09/2011
Marisa, o uso do recurso didático quanto usado, (pois sabemos que existe uma certa resitência)deve contemplar a conceituação do conhecimento matemático, mais para isto deve estar pelo menos claro para o professor.
ResponderExcluirComentei certa vez (não sei se foi na turma de vocês, ou sabe lá deus em que turma), que um fator de resistência ao ensino de geometria pelo professor é justamente a resistência em aderir ao uso de recursos didáticos apropriados,como a Liliane comentou, o que invariavelmente acaba caindo em um ensino de geometria teórico, mecanicista e muitas vezes sem significado para o aluno. Mas por que esta resistência? Por que, ao trabalhar com um novo recurso didático (ou buscar inserir qualquer nova metodologia de ensino), o professor deve ter domínio das ferramentas (ferramentas estas que são exemplificadas pela Marisa em seu post). Podemos verificar isto em vários autores a necessidade do conhecimento por parte do professor do manuseio/uso destes recursos, como Marcelo Borba, Luis Carlos Pais, entre outros. A questão é, o recurso didático por si só (mesmo um recurso diferenciado como um software) não faz o trabalho de interação entre aluno e conhecimento matemático, isto cabe ao professor. Porém, ao inserir um recurso novo em cena, além do professor saber intermediar a relação aluno e conhecimento matemático, ainda precisa estar familiarizado com a ferramenta pois a interação ocorrerá por intermédio desta. Ou seja, aumenta a complexidade do cenário.
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