quinta-feira, 1 de setembro de 2011

A Álgebra, a Aritmética e a Geometria no Processo Ensino-Aprendizagem



Realmente, falando um pouquinho dos textos lidos na última aula, notamos que as estratégias baseadas nos seis princípios produziram bons efeitos, os alunos se envolveram mais com o conteúdo além do aumento considerável da motivação dos alunos. Nesse sentido, fica claro que as dificuldades dos alunos nos cursos tradicionais de geometria estão associadas a elaboração de uma demonstração independentemente, já pelos seis princípios, os alunos trabalham com solicitações mais diversificadas, tais como: checar uma afirmação quanto à precisão; confirmar a validade das afirmações; refutar afirmações incorretas através de contra-exemplos, entre outros.
Nesse contexto, poderemos também analisar o fato de se ensinar integradamente aritmética, geometria e álgebra. Entendemos que a aritmética é pontual e numérica, a álgebra é generalista e literal, enquanto a geometria constitui-se no estudo de curvas e de figuras planas e espaciais. Cada lado tem a sua importância, ora, se concordarmos com as vantagens do ensino interdisciplinar, com mais forte razão devemos considerar o ensino intra-disciplinar, o qual pode ser reduzido, sinteticamente, ao ensino de álgebra, aritmética e geometria. Outro argumento seria o fato dos conceitos não serem construídos em sequência linear nem de forma isolada, logo, não é recomendável que as noções de geometria, aritmética e álgebra sejam apresentadas separadamente ao aluno.
Assim, a geometria, a álgebra e a aritmética possuem o seu espaço dentro da matemática, mas não necessariamente precisam estar desvinculadas uma da outra ─ é importante e desejável a compreensão dessa integração, pois para muitos alunos e professores, essa pode ser um apoio para a aprendizagem, ou seja, essa conexão facilita a percepção dos significados dos conceitos, valoriza a semelhança, elimina a fragmentação permitindo a ampliação da compreensão da idéia fundamental do estudo.

2 comentários:

  1. De fato, muito se fala em ensino interdisciplinar (cuidado, o Douglas não gosta muito desta palavra rs rs) mas acabamos nos esquecendo de primeiramente desenvolvermos um ensino intra disciplinar. Vemos isto em matemática ao trabalhar em forma de blocos geometria, álgebra, aritmética, trigonometria... e mesmo dentro de cada bloco. Vale pararmos para pensar se isso ocorre somente na disciplina de matemática...
    Você aponta dois elementos importantes: um é justamente a relação inter e intra(disciplinar); o outro se refere a campos conceituais (Vergnaud), em que a aprendizagem de conceitos não se dá de forma isolada. Inclusive, há um texto do Schubring (2004), intitulado "O primeiro movimento internacional de reforma em matemática e o papel da Alemanha" que discute a mutabilidade dos conceitos.
    Observação: a cada idéia que você for discutir, indique a referência, pois como trabalhamos vários textos, fica inviável para os leitores tentarem achar de qual texto é cada elemento discutido, por exemplo, os seis princípios que você fala inicialmente, que é do texto de Dreyfus e Hadas (apud LINDQUIST & SHULTE, 1994) "Aprendendo e ensinando geometria".

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  2. Correção: Dreyfus e Hadas (apud LINDQUIST & SHULTE, 1994), "Euclides deve permanecer - e até ser ensinado".

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