domingo, 2 de outubro de 2011

A Tecnologia e a visualização

Dentre as questões discutidas nas aulas de Perspectivas para o Ensino de Geometria, a Tecnologia,como ferramenta no processo de ensino/aprendizagem , parece se mostrar eficaz ao permitir à clássica Geometria Euclidiana certo dinamismo e interatividade. No entanto parece haver uma barreira entre os softwares para o ensino de Geometria e os professores da educação básica, talvez pela falta de (in)formação. Penso que na formação do Professor de Matemática deveriam ser disponibilizadas disciplinas que permitissem explorar as relações matemáticas em ambientes virtuais. Está previsto na orientação curricular para o ensino médio:

“Não se pode negar o impacto provocado pela tecnologia de informação e comunicação na configuração da sociedade atual. Por um lado, tem-se a inserção dessa tecnologia no dia-a-dia da sociedade, a exigir indivíduos com capacitação para bem usá-la; por outro lado, tem-se nessa mesma tecnologia um recurso que pode subsidiar o processo de aprendizagem da Matemática. É importante contemplar uma formação escolar nesses dois sentidos, ou seja, a Matemática como ferramenta para entender a tecnologia, e a tecnologia como ferramenta para entender da Matemática”.

No intuito de entender as benéces da Tecnologia para o ensino da Geometria, e como desenvolver um conteúdo específico pautado na intencionalidade justificada, ou seja, compreendendo “o que ensinar”, “porque ensinar” e “como ensinar”, busquei informações que corroborassem para o uso de um software específico, o Geogebra. Porque o Geogebra? Pelo fato de ser um software gratuito, como um menu acessível e de manuseio, ao meu ver relativamente simples.

Retomando a visualização, tão fortemente discutida em sala, e relacionando-a com o uso do software, é perceptível que este pode colaborar para elevar aquela a uma outra dimensão: “a tecnologia digital coloca à nossa disposição diferentes ferramentas interativas que descortinam na tela do computador objetos dinâmicos e manipuláveis “ (GRAVINA).

O Geogebra nos permite construir figuras geométricas planas de duas formas: a mão livre e a partir das propriedades definidoras de uma figuras específica. Na segunda possibilidade pode-se visualizar, por meio do manuseio, a figura preservando suas propriedades geométricas mesmo sendo deslocada aumentada ou diminuida (GRAVINA) e talvez este fato corrobore para o entendimento de relações que às vezes não são óbvias.

Penso que aliar o software ao uso de régua e compasso poderia elevar a capacidade de visualização das propriedades e permitir uma maior democratização dos conteúdos de geometria, tornando figuras estéreis em possibilidades para “ampliar o entendimento das argumentações dedutivas” (GRAVINA).

A formação continuada é talvez o caminho natural que devemos trilhar em busca de formação e informação sobre nossa atuação em sala, a fim de não cairmos no abismo da ignorância e da rotina que nos sufoca.

Recomendo aos colegas acessarem o livro desenvolvido no curso de Especialização em Matemática : Mídias Digitais e Didática para Educação Básica, que traz sugestões de atividades a serem desenvolvidas no Geogebra.

Bibliografia:

Gravina, Maria Alice – Búrigo Elisabete Zardo - Basso Marcus Vinicius de Azevedo Garcia, Vera Vanzetto - Curso de Especialização em Matemática, Mídias Digitais e Didática para Educação Básica Matemática, Mídias Digitais e Didática - tripé para formação de professores de Matemática. 2009

ORIENTAÇÕES CURRICULARES PARA O ENSINO MÉDIO,Ciências da Natureza,Matemática e suas Tecnologiashttp://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/book_volume_02_internet.pdf

Acesso em 30/09/2011

Um comentário:

  1. Bem esclarecedora sua postagem Marco. Com relação à inserção de tecnologias na formação de professores de matemática, concordo plenamente. O que temos verificado é que na licenciatura em matemática, muitas vezes o futuro professor passa pelos quatro anos do curso sem ter contato com uma disciplina que discuta a inserção das novas mídias no ensino básico. Quando muito, o futuro professor faz uma disciplina de introdução à computação, na qual ele aprende (será?!) a rodar alguns programas como o pascal, e terminam a disciplina sem terem a mínima ideia de para que aquilo irá servir. Enfim, a formação continuada é fundamental no sentido de possibilitar o professor em atuação a se capacitar em lidar com ferramentas que se renovam a cada dia mais rapidamente.

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