sábado, 1 de outubro de 2011

Contextualização!

O que é contextualização? Essa foi uma grande inquietação gerada pelas discussões na disciplina de “perspectivas para o Ensino de Geometria na Educação Básica”. E foi uma das perguntas sugeridas para as postagens. Gostaria de iniciar dizendo que existem várias definições sobre o tema e optei por apresentar apenas alguns. Segundo Pais (2001, p. 28) “ A educação escolar deve se iniciar pela vivência do aluno, mas isso não significa que ela deva ser reduzida ao saber cotidiano.”

O texto fala sobre a importância da experiência da criança para a compreensão das relações geométricas e do espaço “por meio da construção de um modelo teórico caracterizado por conceitos, definições, teoremas e proposições. As situações de aprendizagem contextualizada, segundo esses autores, possibilitam uma “recontextualização” para níveis mais complexos, em que a criança torna-se cada vez mais autônoma.

Defendem, ainda, a importância de proporcionar experiências em espaços diferenciados, “a partir dos quais o aluno possa estabelecer diferentes relações.”

Nas situações do cotidiano escolar, considerando que a geometria pode ser trabalhada a partir de atividades de exploração do espaço (transformar e relacionar, manipular objetos, imaginar e antecipar ações), é necessário romper com a perspectiva linear geralmente encontrada no ensino da matemática. (Aramarilha, 2008 p. 9)

Dessa forma, propõem o uso de histórias como ferramenta de trabalho com forma e noções de espaço, estimulando o dialogo, a argumentação, a busca por estratégias para resolução de problemas por meio de desenhos. Sugere também o trabalho com jogos de construção para representações tridimensionais, areia, pedras, toquinhos de madeira, caixas de diferentes tamanhos para o ensino das propriedades de volume.

Recomendam o uso do entorno da escola para incentivar a pesquisa sobre localização e caminhos, pontos de referencia. As brincadeiras, segundo os autores, permitem as crianças um rico contexto, ressaltando que valorização do conhecimento que se manifesta no cotidiano tem sido defendida nos discursos pedagógicos da atualidade, porém faz-se necessário que a instituição escolar

garanta o saber escolar (p.8).”

Não se pode esperar que as crianças estabeleçam relações com algo que não conhecem. Mas não é somente o que faz parte do cotidiano que pode ser interessante .A contextualização pode ocorrer por meio de atividades nas quais possam ser estabelecidas as conexões com o que já sabem ou por meio de desafios que as levem a buscar estratégias pessoais para resolver uma situação-problema. (AMARILHA, 2008 P. 12)

Com isso, deixo aos colegas esse "conceito" de contextualização que está bem próximo do que discutimos em sala de aula. Não sei se essa é a melhor ou a mais completa mas é uma forma de responder a algumas das inquietações sobre o tema. Sugiro que quem tiver interesse leia também o texto “O USO DE CONTEXTOS NO ENSINO DE GEOMETRIA” de Dineusa Jesus dos Santos Fontes, Maurício de Moraes Fontes, Miriam de Morais Fontes. Que dá uma outra visão sobre a contextualização e pode possibilitar outras discussões.

REFERENCIAS

AMARILHA, Luziette Aparecida da Silva. PAIS, Luiz Carlos. A Contextualização como Possibilidade para o Estudo da Geometria nos Anos Iniciais da Educação Básica. Disponível em: http://www2.rc.unesp.br/eventos/matematica/ebrapem2008/upload/50-1-A-Microsoft%20Word%20-%20GT%2011_amarilha_ta.pdf.pdf acesso: 01/10/2011.

PAIS, Luiz Carlos. Didática da matemática: uma análise da influência francesa. Belo Horizonte: Autêntica, 2001.

2 comentários:

  1. Marisa, você traz uma postagem que trata da contextualização, mas em alguns momentos você fala em "contextualização" e em outros em "saber do cotidiano". Seria a mesma coisa?

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  2. Pela postagem ainda não consigo responder de forma direta o que seria contextualização. Marisa, de que forma você responderia: o que é contextualização?

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