quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Consequências das oscilações

No início da postagem da Gabriela, ela relembrou algumas falas da nossa primeira aula, uma delas foi com relação ao abando no ensino de geometria, mas com as leituras feitas percebemos que esse abando não é foi somente da geometria.

Recordando-se da aula, gostaria de ressaltar que com o auge da Matemática Moderna, o pêndulo deslocasse-se para álgebra, colocando a geometria em segundo plano. Como consequência desse fato originou-se estudantes de professores com pouco conhecimento e sem referências do ensino-aprendizagem de geometria, que foram para sala de aula com pouquíssimas experiências de aprendizagem e ensino de geometria. A falta de vivência dos professores de aprender geometria. Segundo BARRANES e BLANCO (2006, p. 21)


apesar dos esforços dos investigadores para apresentar novos métodos, recursos ou materiais sobre ensino da Geometria, muitos estudantes continuam a chegar às Universidades com as mesmas experiências, a mesma falta de conhecimentos e com as mesmas concepções sobre a Geometria e o seu ensino que há uns anos, o que indica que se continua a ensinar da mesma forma que antes de tais reformas.

Com o desconhecimento do assunto, professores planejam e realizam suas aulas de ensino de geometria, voltados para nomeação, memorização, desenhos de figuras planas, como algo pronto e acabado, desconsideram que o mundo que vivemos é tridimensional, com diferentes representações de figuras geométricas. ( VASCONCELLOS apud KALEFF, 2008)
Dessa forma, não propicia ao aluno a capacidade de interpretação do mundo, como por exemplo, as manifestações artísticas e do meio ambiente. Além desse potencial do ensino de geometria devemos ressaltar a resolução de problemas do cotidiano, mas não podemos resumir somente a estas, é importante destacar a capacidade de comparar, abstrair e generalizar, essas capacidades podem proporcionar o desenvolvimento de um pensamento crítico e autônomo (PAVANELLO, 1993).
Considero o fato de algum momento o pêndulo oscilar para um determinado conhecimento matemático e depois para outro, gera como consequências de problemas na aprendizagem de nossos alunos. Dessa forma, concordo com a colocação do colega Luis Adolfo de trabalhar juntas a geometria e a álgebra para assim tentarmos promover uma aprendizagem eficaz.

Referências:
BARRANTES, Manuel. BLACO, Lorenzo J. “Caracterização das concepções dos professores em formação sobre ensino-aprendizagem da geometria” Zetetiké, n.25, 2006, p.65-92

PAVANELLO, Regina Maria. “O abandono do ensino de Geometria no Brasil: causas e consequências.” Zetetiké, n.1, 1993, p. 7-17.

VASCONCELLOS, Mônica. “A diferenciação entre figuras geométricas não planas e planas: o conhecimento dos alunos das séries iniciais do ensino fundamental e o ponto de vista dos professores.” Zetetiké, n. 30, 2008, p. 77-1006.

Um comentário:

  1. É algo a se refletir essa colocação de Barrantes e Blaco. O que nossos estudantes (principalmente no curso de matemática) sabem sobre geometria ao ingressarem no curso? E o que preocupa mais, talvez seja a resposta para a seguinte pergunta: o que esses mesmo alunos sabem de geometria ao concluir o curso de matemática? ¬¬

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